As estimativas “mais prudentes” da consultora JLL apontam para um crescimento na ordem dos 25% em 2018, o equivalente a 2,5 mil milhões, mas “ninguém ficará surpreendido se chegarmos ao fim do ano com um valor na ordem dos três mil milhões de euros”, ou seja, um crescimento de 50%.
A previsão foi avançada por Fernando Ferreira, responsável pela área de investimento da JLL, num encontro com jornalistas em Lisboa, para a apresentação do Market 360º – o relatório semestral que a consultora elabora sobre as grandes tendências do mercado imobiliário. “Os investidores olham para Portugal com mais confiança”, disse o responsável. “Grandes investidores querem algo mais rentável e retiram dinheiro de outras aplicações para apostar no imobiliário”, acrescentou.
Mas as previsões para este ano não são tímidas. Esperam-se, pelo contrário, novos recordes, já que 2017 “deixou para 2018 um pipeline robusto que antevê mais um ano dinâmico”, nas palavras de Fernando Ferreira.
“Frenesim” poderia ser a palavra do ano, pelo menos de acordo com o diretor da JLL, Pedro Lencastre. “Todos os setores, sem exceção, revelaram performances excelentes e todos superaram as expectativas”, notou o responsável, que antevê “mais um ano de grande atividade”.
O investimento internacional está cada vez mais sólido e consolidado. Cerca de 80% do investimento, aliás, teve origem estrangeira, e dirigiu-se sobretudo ao retalho e aos escritórios. Ainda assim, “os portugueses estão a mostrar-se cada vez mais ativos”, de acordo com o estudo.
A Head of Residential da JLL, Patrícia Barão, foi perentória: “Este é o momento do imobiliário, 2018 vai ser igualmente bom ou melhor”. Para a responsável da área de habitação é necessário desmistificar o tema da bolha imobiliária. “Este tema não se coloca, o mercado está sólido e os preços de Lisboa ainda estão muito abaixo daqueles que são praticados em outras cidades europeias”, comentou, antecipando um ano de maior consolidação entre a oferta e a procura, bem como um crescimento menos acentuado nos preços.
Patrícia Barão adiantou, ainda, que a “procura deixou de estar centrada nas zonas prime e passou a focar-se também em outras zonas da cidade”. A zona do Beato, o eixo Ribeirinho de Alcântara-Belém, bem como a Ajuda, Miraflores ou Carnaxide são alguns dos exemplos – e despertam o interesse de cada vez mais estrangeiros, “atraídos pelo estilo de vida que estas zonas menos centrais proporcionam”.
Fernando Vaz Costa, Head of Development da consultora, corroborou a ideia, acrescentando que “as cidades estão a crescer” e que “nem todos os investidores vêm à procura de fazer investimentos topo de gama”. “Os usos não-prime serão uma tendência”, adiantou.